O que Maus e Retalhos tem em comum?
Bem, ambos fazem parte de um estilo que pra mim é o futuro da literatura. Aliás pra mim até mesmo os livros do passado sofreriam sensível melhora ao serem adaptados a essa nova realidade, que antes sofria grande preconceito e que agora recebe cada vez mais prêmios em festivais especializado, como os sempre festejados Harvey e Eisner Awards, e até mesmo alguns prêmios tradicionalíssimos de outras áreas, como o Pulitzer.
Esse estilo permite um impacto visual imediato, pulando a descrição de cenários, personagens e outros. É mais real, mais pessoal, sem ser algo como o cinema, em que muitas vezes parece que a história é uma versão de outra pessoa que você está assistindo. Nessa maneira de retratar acontecimentos você ainda pode imaginar a música que estava tocando no ambiente, o som das vozes dos personagens, até mesmo que entonação ele usava naquela cena.
"Maus" trata da "narrativa mais comovente e incisiva já feita sobre o Holocausto" segundo o Wall Street Journal. Na minha opinião, além de contar o holocausto de quem viveu por dentro em uma fábula que, com uma capacidade de comover e identificar comparável a de Esopo, consegue tocar fundo em pessoas que como eu, nunca saberão de verdade o impacto que a revelação dessa página da história causou na população na época.
Maus, que apesar do feliz/infeliz trocadilho, significa na verdade ratos, traz a tona outra característica fundamental no meu ponto de vista para o triunfo do livro, todos os personagens são animais, judeus são ratos (os maus do título), nazistas gatos (inteligente), poloneses porcos(bem pensado), os americanos como cães (genial) e os ingleses são peixes (morri!), mas todos são antes de tudo humanos.
Tão humanos que de certa forma tiram a imagem dos judeus como eternas vítimas da história, sem defeitos, sem falhas, sem preconceitos. Aliás, Vladek, o protagonista, em determinado momento vira um gato ao se encontrar com um negro americano na estrada, tendo com ele a mesma atitude que os nazistas tinham com os judeus, lembrando que o preconceito não é uma característica germânica e sim humana.
Esses são apenas alguns dos detalhes que tornam essa narrativa não-clichê do holocausto tão top, pra descobrir o resto só lendo.
O segundo é "Retalhos", que já foi comentado aqui no blog.
É difícil falar dele, então vou só comentar o fato de que se você sempre quis saber mais sobre como foi aquele história com a Jennifer que já foi alvo de post aqui, esse livro conta uma história quase idêntica.
Fala sobre tudo, sobre o amor, sobre o silêncio, sobre adolescência, sobre religião, sobre a ida para a faculdade, sobre a escolha de um emprego que não agrada aos pais, sobre a primeira vez, sobre namoro a distância, sobre o fim, sobre o recomeço, sobre sexo, sobre pré-conceitos sociais, sobre alegria, sobre tristeza, sobre mim.
O que os dois tem em comum? São os melhores livros que eu li esse ano.
Frase do Dia:
"Vou pegar a Tucson do meu pai pra pegar gatos"
Stéphane
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
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6 comentários:
perai perai peeeerai
é a jennifer que eu to pensando? =O
me interessei pelo Maus
apesar de que
historias em quadrinhos me dao dor de cabeça
mto embora alguns dos meus filmes favoritos sejam baseados em historias em quadrinhos
e meus heróis e vilões favoritos tb
auheuhaeuhaeuheuhae
você se supreenderia pela quantidade de Jennifer´s que passaram pela minha vida... MAs não é essa que vocÊ está pensando, eu cheguei a namorar dois anos com essa e com a que você pensou eu nem cheguei perto ^^
To muito afim de comprar essa retalhos, deixa só aparecer uma folga no meu orçamento hehehe
Maus completamente merece os prêmios que ganhou. Sobre as HQ's serem o futuro da literatura... já não concordo tanto. Aliás não concordo at all. São linguagens bem diferentes. É como dizer que a internet vai matar a tv, ou a tv ao rádio, essas coisas. De qualquer forma, os quadrinhos já estão ai há mais de 100 anos e têm seu espaço tanto quanto os livros.
Livros, livros e livros. Faz tão bem, renova. Já li 5 esses dois ultimos meses que eu acho que tá bom.
Eu to com saudade de ler Sidney Sheldon. E possivelmente pegue esse Maus, parece bom ^^
Já li retalhos!! :)
(sim, eu sou a do piano)
Melhor livro que li esse ano foi Algoritmos Numéricos - Frederico Campos.
Sofro!
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