terça-feira, 24 de novembro de 2009

Escolhas

Antes de mais nada creio ser necessário um glossário para pessoas que como a Nay, não entendem muito de carro

BMW Z4 - o carro prata do post anterior, ficou famoso quando apareceu em um 007.
Ford GT40

projeto da Ford para ganhar das Ferraris em Le Mans é sem a menor dúvida o melhor carro de corrida americano de todos os tempos.
Ford Shelby Cobra

Obra prima do Mr. Shelby, é um ícone do automobilismo
Ducati 1098 S

Moto esportiva top de linha da Ferrari das motos.
Ducati Streetfighter S

Moto naked (sem carenagem) top de linha da Ferrari das motos
Porsche Cayenne

A Porsche mostrando que de sua fábrica não saem apenas 911.

Vejo duas possibilidades claras e extremas para um eu, um Gustavo Henrique do futuro, tudo isso dependente de como minha vida se desenrolar nos próximos anos e das escolhas que eu fizer e principalmente das escolhas que meus pais realizarem e que obviamente tiverem algum impacto em mim.

O primeiro Gustavo seria um cara legal, daqueles que visitam os amigos com costumácia, sempre brincalhões, que adoram seus empregos, que passam o final da semana com os amigos e que levam a mulher de surpresa de vez em quando para jantar naquele restaurante romântico em que a pediu em noivado ou então naquela praça onde deram o primeiro beijo.

É o tipo de cara que ama sua vida e gosta de vivê-la intensamente. Está sempre viajando, conhecendo novos lugares, não apenas os lugares da moda, França, Eua e outros, mas lugares um tanto quanto fora das destinações do guia Pirelli. Visitar lugares como Jerusalém ou Coréia do Norte nas férias do meio do ano são ideias que realmente fazem sua cabeça.

Esse Gustavo é um entusiasta de carros e motos, e terá no mínimo seis exemplares em sua garagem. Dois americanos, réplicas, um Ford Gt 40 e um Ford Shelby Cobra, o primeiro vermelho com faixas brancas ou branco com faixas azuis, o segundo com certeza azul com faixas brancas. Teria dois alemães provavelmente, um Cayenne e uma Z4, talvez se rendesse a um japonês burocrático, que serviria apenas para realizar suas atividades cotidianas sem precisar gastar 19 l a cada km rodado.

Teria também duas italianas, uma Ducati 1098 S e uma Ducati Streetfighter S, simbolizando sua paixão por motos que tinha desde pequenininho, e a qual desenvolveu quando ganhou uma moto antes dos 20 anos, momento em que estava quase desistindo pra sempre de andar de motos, afinal, aprender a andar de motos com trinta anos seria fogo. Participaria de Track Days com frequência, afinal nem só de estrada vive o homem, mas de todo autódromo presente em sua cidade.

Teria alguns filhos, dois ou três, que criaria com muito amor. Levaria o filho para jogar futebol na quadra nos fins de semana, e a família para passear no parque, desfrutando da companhia de quem o faz feliz e das pessoas com que quer passar pelo resto da vida. Os filhos estudaram em um colégio que estimule suas criatividades, e seriam apoiados em qualquer carreira que escolhecem para praticar, pois queria que eles fossem tão felizes quanto ele. Os buscaria na escola com uma das réplicas, de modo que seus filhos entendessem desde cedo o orgulho que dá ter um carro legal e a sensação que é ter um motor de centenas de cavalos central e atrás rugindo e empurrando o carro para frente.

Um cara feliz

O outro Gustavo seria um cara burocrático, que não teria nenhum amigo, apenas alguns colegas, usando e abusando da boa vontade deles. Não olharia nunca para a cara da mulher, a não ser para ficar na mesma cama, obviamente virado para o outro lado da cama. Se esqueceria provavelmente do dia em que se casaram. Seria careca e mesmo assim deixaria o cabelo grande na vã tentativa de disfarçar sua herança da genética e do stress.

Não viajaria, ou viajaria apenas para poder visitar os avós de seus filhos de vez em quando. E a viagem nunca seria uma fonte de prazer e de lazer, mas apenas mais uma forma de se estressar e perder o pouco cabelo que ainda lhe resta em seu couro cabeludo. Em uma certa idade se cansaria dessa rotina e deixaria de ir todo ano até o momento em que iria uma vez no ano.

Não seria apaixonado por carros e motos, vendo-o os primeiros como apenas meios para se chegar a um determinado lugar, sem a menor necessidade de ter um ronco bonito ou uma boa retomada. Desse modo, por mais que tenha dinheiro para algo bem melhor, teria apenas um japonês burocrático como um Corolla ou um Civic ou uma Hilux ou Outlander se tiver um surto de audácia ou um carro elétrico com autonomia de 200km se tivesse um surto de medo.

Medo, que aliás, faz parte de sua rotina, e o faz ter um preconceito bobo contra motos, odiando e culpando esses veículos por todo e qualquer problema de trânsito de sua época. Medo esse que é devido provavelmente a sua personalidade chata ou ao fato de seus pais sempre terem falado mal desses veículos.

Também teria alguns filhos, e dispenssaria tanto amor e atenção a eles quanto dispensa a sua mulher e provavelmente teria um péssimo pensamento de que quanto mais horas de aula na escola de seus filhos melhor, afinal eles estarão recebendo mais atenção do que ele seria capaz de dar depois de chegar exausto do trabalho, trabalho esse que serve exclusivamente para lhe dar um salário e muitos aborrecimentos. Exigiria que seus filhos fizesssem uma das carreiras consideradas pop, e os desmeceria por não se formarem em direito e medicina aos 23 anos como ele. Pagaria uma van escolar para buscar os filhos na escola.

Seria um cara burocrático.

Uma pena, mas ele perdeu a paixão por certas coisas. Eu ainda sou o primeiro tipo, mas estou lentamente sendo puxado para o lado do segundo por uma correnteza, e estou empenhando todas as minhas forças nessa batalha, e estou cansado.

Frase do Dia:

"O tempo cura tudo, até o amor."

Ilustre Desconhecido (sugestão do Chimi)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Adeus velho amigo.

Hoje eu dei um último passeio com um grande amigo antes de ele ir embora, provavelmente para fazer outra pessoa feliz. Ao seu lado eu passei por diversas provações, momentos felizes e tristes, vitórias e derrotas.

Já escutou muitas histórias minha esse amigo. Já teve que carregar mais carga do que podia, já forneceu o aconchego de seu lar para que eu namorasse algmas meninas, já deu carona para diversos amigos meus, sem nunca reclamar ou chantagear. Sempre saímos pra beber juntos, conversar, falar bobagens.

Ele por incrível que pareça escuta e gosta da mesmas músicas que eu, além disso, ele ainda canta essas músicas comigo, não se importando com minha voz horrorosa, enquanto ele canta perfeitamente bem, não importa em que altura.

Ele sempre me levava para passear, afinal ele era meio riquinho e tinha uns 68 cavalos na sua casa, os quais ele usava sempre para poder se deslocar de um lugar ao outro. Não eram muito rápidos, mas não comiam muito também e por isso compessavam.

Mas tudo o que é bom e tudo o que é ruim acaba um dia, e foi o que aconteceu. Por isso eu escrevo essas poucas palavras para um velho e grande amigo que agora vai embora. Adeus.



Frase do dia:

"Se não tivesse limitador dava 300km/h"

Amigo zoando entusiasta do Prisma 1.4, meu possível novo carrinho.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Mudanças

Ando percebendo que ando mudando horrores nos últimos tempos, ando ficando velho, rabugento e chato, ou como as pessoas moderninhas-alienadas-em-sua-tentativa-de-fugir-da-alienação definem: "estou ficando mais maduro".

E um ótimo meio de perceber isso, e que foi justamente o qual me levou a chegar a essa conclusão terrível, é o de analisar os gostos pessoais, pricipalmente no que se refere ao meu gosto por carros. Não é segredo pra ninguém que duas das coisas que eu mais gosto são exatamente carros e motos, seja devido a força do motor, a adrenalina da velocidade e principalmente a inteligência que é exigida para se controlar um motor.

Antigamente esse seria meu carro dos sonhos. 600 cavalos, chegando a 100km/h em menos tempo do que você leva para ler essa frase, esse é sem dúvida o sonho de qualquer adolescente ou até mesmo adulto jovem dos Estados Unidos e de boa parte deles ao redor do mundo, não é a toa que em toda eleição pela internet ele é eleito o carro mais sexy e bonito do mundo. Um legítimo super esportivo.

Hoje em dia esse carro povoa muito mais meus sonhos do que esse ai de cima. A diferença? Metade da potência, mil vezes mais confortáveis e com bem mais acessórios que o de cima, cuja a coisa mais moderna são os vidros elétricos. Além de ser vendido por um terço do preço.

Por que eu mudei de preferência? Bem, apesar de toda essa qualidade que o primeiro apresenta a primeira vista, quando se passa a entender um pouquinho mais de carro, sabe que o preço absurdo, o ipva astronômico não compensam por uma carro que sobresterça horrores, patina toda hora, tem desempenho inferior aos de preço semelhante ou até mesmo alguns bem mais baratos, como o Audi R8, e além de tudo só não tem um interior de carro 1.0 porque o banco é de couro. Seria uma típica compra emocional.

Já o segundo vvem com todo tipo de modernidade que se pode imaginar, controle de tração. frenagem combinada, sensor de estacionamento, banco com ajuste elétrico com memória, computador de bordo, ampla rede de lojas, revenda relativamente fácil. sistema keyless, paddle shift opcional e mais um monte, o que o torna muito mais interesante para se utilizar no dia a dia do que um SRT-10.

Claro que com o tempo eu vou precisar trocá-lo por um sedan ou uma sw, mas até lá eu vou estar com outra mentalidade, e provavelmente poderia té fazer outro post igual esse. =P

Frase do Dia:

"Pretty Bitches, lights on
Ugly Bitches, lights off!"

by Young Hot Rod, na sensacional cançao "I Like to Fuck"

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Maus Retalhos

O que Maus e Retalhos tem em comum?

Bem, ambos fazem parte de um estilo que pra mim é o futuro da literatura. Aliás pra mim até mesmo os livros do passado sofreriam sensível melhora ao serem adaptados a essa nova realidade, que antes sofria grande preconceito e que agora recebe cada vez mais prêmios em festivais especializado, como os sempre festejados Harvey e Eisner Awards, e até mesmo alguns prêmios tradicionalíssimos de outras áreas, como o Pulitzer.

Esse estilo permite um impacto visual imediato, pulando a descrição de cenários, personagens e outros. É mais real, mais pessoal, sem ser algo como o cinema, em que muitas vezes parece que a história é uma versão de outra pessoa que você está assistindo. Nessa maneira de retratar acontecimentos você ainda pode imaginar a música que estava tocando no ambiente, o som das vozes dos personagens, até mesmo que entonação ele usava naquela cena.

"Maus" trata da "narrativa mais comovente e incisiva já feita sobre o Holocausto" segundo o Wall Street Journal. Na minha opinião, além de contar o holocausto de quem viveu por dentro em uma fábula que, com uma capacidade de comover e identificar comparável a de Esopo, consegue tocar fundo em pessoas que como eu, nunca saberão de verdade o impacto que a revelação dessa página da história causou na população na época.

Maus, que apesar do feliz/infeliz trocadilho, significa na verdade ratos, traz a tona outra característica fundamental no meu ponto de vista para o triunfo do livro, todos os personagens são animais, judeus são ratos (os maus do título), nazistas gatos (inteligente), poloneses porcos(bem pensado), os americanos como cães (genial) e os ingleses são peixes (morri!), mas todos são antes de tudo humanos.

Tão humanos que de certa forma tiram a imagem dos judeus como eternas vítimas da história, sem defeitos, sem falhas, sem preconceitos. Aliás, Vladek, o protagonista, em determinado momento vira um gato ao se encontrar com um negro americano na estrada, tendo com ele a mesma atitude que os nazistas tinham com os judeus, lembrando que o preconceito não é uma característica germânica e sim humana.

Esses são apenas alguns dos detalhes que tornam essa narrativa não-clichê do holocausto tão top, pra descobrir o resto só lendo.

O segundo é "Retalhos", que já foi comentado aqui no blog.

É difícil falar dele, então vou só comentar o fato de que se você sempre quis saber mais sobre como foi aquele história com a Jennifer que já foi alvo de post aqui, esse livro conta uma história quase idêntica.

Fala sobre tudo, sobre o amor, sobre o silêncio, sobre adolescência, sobre religião, sobre a ida para a faculdade, sobre a escolha de um emprego que não agrada aos pais, sobre a primeira vez, sobre namoro a distância, sobre o fim, sobre o recomeço, sobre sexo, sobre pré-conceitos sociais, sobre alegria, sobre tristeza, sobre mim.

O que os dois tem em comum? São os melhores livros que eu li esse ano.

Frase do Dia:

"Vou pegar a Tucson do meu pai pra pegar gatos"

Stéphane