"Fora do hospital ou do consultório você pode saltar de asa delta, paraquedas, bungee jump, andar de moto, surfar, correr no autódromo, jogar futebol, mas se você gosta de cabelo grande, aqui dentro você tem que prender."
E foi com essas palavras que o Dr. Jorge, professor de Semiologia, jogou uma verdade brutal na minha cara:
Sou uma grande caricatura de mim mesmo.
Eu queria ser o cara que salta de asa delta, que faz mochilão no leste europeu ou na trilha de Ernesto, ou então um daqueles surfistas que usam Ray Ban e sempre tem o cabelo molhado e penteado para trás. Sou um daqueles nerds que não teve a fase de rebeldia típica da adolescência e desconta a impossibilidade de usar cabelo grande quando já não pode mais. E por sua teimosia tem que enfrentar Deus e o mundo para manter bobagens que não fazem diferença e as vezes até pioram a vida dele.
Eu queria ser (e pareço para boa parte dos meus amigos) esse cara quando na verdade eu sou um futuro sercvidor público frustado, que gosta de toda menina que fica e que quer casar antes de curtir a vida (essa observação é da V.), que é piegas ao extremo (já essa é da Day), um poço de falta de talento e um medíocre em quase tudo que faz na vida.
Queria ser um huno moderno, que ao invés de passar a vida inteira no lombo de um cavalo, passsaria a vida inteira no banco de uma moto. Mas sou o cara que todo santo dia entra em um carro 1.0 para viver uma vida que não é minha.
Queria ser aquele cara que desafia os pais e faz o curso mais fudido do universo, tipo História, e chegar em casa cheirando a maconha porque nego não entende que o CAHIS é um local fechado. Mas sou o "sonho de todo pai" (falácia) e faço o curso preferido de 90% dos oligarcas de família nordestina.
E espero que no futuro eu possa viver esse cara, mas meu esforço pra virar vai me impedir de virar. Complicado, mas eu explico. Por exemplo, no futuro eu queria ir para uma ilha e ficar surfando e andando de moto o dia inteiro, mas para poder sustentar esse estilo de vida, preciso trabalhar igual um condenado, mas trabalhando desse jeito, não poderia viver desse jeito.
No fundo, no fundo acho que não queria ser eu, mas sou. A grama do vizinho SEMPRE é mais verde.
Preciso de você, seja você quem for.
Frase do dia:
"Garota eu vou pra Califórnia
Viver a vida sobre as ondas
Vou ser artista de cinema
O meu destino é ser Star"
Lulu Santos
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8 comentários:
Você reclama do que você não tem. E pior, você pode ter o que quer mas predere não ter para ter do que reclamar.
O fato é:
o post trata de preconceito contra médicos e cabeludos.
na verdade, Gustavo, você contempla os 100%, já que você não faz 1 curso preferido, e sim os dois preferidos.
"O fato é:
o post trata de preconceito contra médicos e cabeludos."
Ri alto.
Ri também de você se chamando de medíocre. A média da população faz Medicina e Direito mesmo...
A grama do vizinho é sempre mais verde. Só vemos o que ele tem de melhor. É impossível termos tudo, como você mesmo provou no post.
O lance é tentar se concentrar no nosso lado bom.
eu nunca perco uma oportunidade de falar mal do alheio.
faz bem, Rábula, faz bem.
Cara. Já não me sinto tão triste. Afinal ler isso mostra que tem 70% de mim nessa postagem.
E 70% de mim é ver que alguém me entendeu.
Mas coincidencia ou não, isso não importa pra você.
Eu acho que se a pessoa realmente quer, ela faz acontecer! Creio que te falta vontade o suficiente para romper a covardia, caro champz!
Ps:. O apelo por alguém no final está digno de um EMO!
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