Mulheres e Motos

Todo filósofo faz identificações. Nietchze, fraqueza e cristianismo. Focault, tudo e poder. Schmitt, norma e decisão política. Camões, amor e dor. Crítico americano recalcado, Elvis e pelvis. John, homens e peixes. Pelé, futebol e arte. Como eu não tenho opinião própria e sou um seguidor de modinhas resolvi fazer um também: Mulheres e Motos. Mais especificamente as mulheres e as motos preferidas pela maioria dos homens.

Já diria um nerd bobão: Um bom pai de família (categoria fictícia e ridícula do Direito) tem três amores: Sua família, sua moto e sua liberdade. Talvez tenha um motivo para isso, a moto leva a liberdade e apimenta a vida de um bom pai de família. Bom, chega de lero-lero e vamos ao que interessa.

Yamaha YZF R-1 e a Patricinha

Preferida por 11 em cada 10 nerds, talvez pela beleza, talvez porque todo mundo goste, talvez porque seja uma das mais fáceis de se conseguir, talvez porque os melhores do mundo, como Il Doctore, prefiram essa bela máquina. É cheia de frescuras e talvez por isso seu comportamento se torne extremamente previsível, dando uma certa segurança para o piloto/namorado.

Todo mundo acha que é a melhor e qualquer um com o mínimo de dinheiro pode comprá-la sem grandes dificuldades. Comprar para logo depois perceber que ela tem defeitos como todas as outras e o maior defeito é não valer o esforço que ela acha que vale. A velha história do melhor negócio do mundo: comprar uma patricinha pelo preço que ela vale e vende-la pelo preço que ela acha que vale. E pode ter certeza que o preço que ela acha que vale é igual a sua insegurança e dependência.

Honda CBR 1000RR "Fireblade" e a Alternativa

Um tipo de mulher/moto muito bem quista no dia de hoje, a ponto de serem apontadas como as melhores de sua espécie. Tão ou mais bonita, eficiente e previsível que a R1/patricinha, porém infinitamente mais consciente do que realmente vale, evitando práticas escrotas como cu doce (que é diferente de fora, perfeitamente aceitável). Infelizmente (ou felizmente) não basta ter só dinheiro para conquistá-la, seu estilo de pilotagem tem que se adequar a Fireblade, caso contrário ela não te aceita e te derruba. Ela é muito mais segura e independente que a YZF, e por esse motivo não aceita qualquer um por dinheiro, tem que ser conquistada.

Kawasaki ZX-10R Ninja e a Marketiada

Essa é aquela que todo mundo te recomenda, dizem que é a mais forte (na verdade é a GSX) , a mais eficiente (na verdade é a Fireblade) , a mais rápida (na verdade é a R1), a que se você tivesse você não ia largar, dizem que no seu lugar ele se casaria com ela. Mas a verdade é que ninguém pega ela, sabe-se lá porque motivo. Uma das grandes falhas da lógica masculina, uma das únicas talvez, porque recomendar algo que você não vai querer. Se você quer que os outros façam algo, o primeiro que tem que fazer é você, ou não?

Ducati Desmodeci RR e a independente

Essa é um caso a parte. Forte, indepedente, rebelde, agressiva, instável e quase impossível de se acostumar. Muitos pilotos/ namorados se dão bem com os outros tipos, mas quando estão com essa não conseguem nem ficar em pé e quase sempre são facilmente jogados no chão. Muitos homens a desejam pela propaganda alheia, mas quando conseguem, acabam se arrependendo, pois ela pode não ser tão boa quanto parece e provavelmente vai te dar muita dor de cabeça. Mas dizem que se você se acostumar ela acaba se revelando uma moto/mulher totalmente diferente, muito melhor que todas as outras.

Susuki GSX-R 1000 e a pseudo mal-amada

Quase ninguém gosta dessa, mas irônicamente é minha preferida, justamente pelo motivo anterior. Essa é o correspondente masculino para o cara que sempre leva fora sendo que é exatamente o que as mulheres sempre pedem, mas o que as mulheres nunca querem. Ela pode não ser a mais bonita, mas é a que eu acho a mais bonita. Essa é a que ninguém quer por causa do mimetismo natural dos seres humanos, um não quer, automaticamente todos os outros não vão querer. Talvez isso se deva a falta de propagando provavelmente.

Mas o que realmente me atrai nessa moto é a identificação, já que eu deixei de acreditar naquela balela de que os opostos se atraem desde a minha 6ª série.

Frase do dia:

"O sofrimento é inevitável, porque a dor é uma opção (que não é sua)"

Reversal Russa sobre a frase da V.