domingo, 13 de junho de 2010

O problema da adaptação videogame-filme

Bem imaginem que fosse feito um filme sobre o livro Dom Casmurrro, por um estúdio que já fez filmes incríveis no passado e qe até hoje são referência no estilo de filme em que o livro se adaptaria melhor.

Até aí tudo bem, só que esse estúdio anda em franca decadência faz muito tempo, e eles escalam um diretor que criou o último arrasa quarteirão teen de que se tem notícia com o ator da moda para as meninas adolescentes.

E que existe uma grande possibilidade de que ele recorte toda a história de Dom Casmurro para transformá-lo em uma linda história de amor com Bentinho descbrindo que na verdade Capitu estava escolhendo o enxoval do bebê junto com Escobar e que eles acabassem vivendo felizes para sempre, ignorando totalmente a verdadeira genialidade da obra.

Já se revoltou? Pois bem, agora você sabe como eu me sinto quando assiti Prince of Persia, ou Príncipe da Persia, em uma tradução que não levou em consideração o verdadeiro sentido do título. Não me levem a mal, é um filme muito divertido, do nível da outra obra do diretor (Piratas do Caribe), aliás, é quase um Piratas do Caribe sem mar, mas ele só agrada a quem não conhece a triologia Sands of Time do Videogame.

Mas ao contrário de Max Payne, o diretor tem uma desculpa que eu aceito plenamente: Não dá pra fazer o assunto principal de Prince of Persia, a morte e inevitabilidade do destino, comercial. Do mesmo modo que só dá pra fazer de Dom Casmurro no máximo um filme de sucesso no circuito cult e nunca um blockbuster.

Desse modo Prince of Persia acaba virando um bom filme de ação com um romance hollywoodiano. Uma pena.

Já no original, e já deixo aqui o aviso de spoiler, ou seja, de que vou contar parte da história, temos um príncipe que não é príncipe, e sim filho do general do exército da Pérsia, que descobre
um tesouro inestimável quando invade uma cidade sagrada, a adaga do tempo. Entretanto, sob a má influência dos boyzinhos da cidade ele abre a ampulheta do tempo, liberando as areias, que nada tem a ver com deuses e essas bobagens, mas são um artefato maldito que contamina e destrói o palácio real, matando todos os amigos do Príncipe, que nunca diz seu nome.

Para evitar essa tragédia e mudar seu destino o príncipe volta no tempo e evita que as areias do tempo sejam abertas. Fim da história? Não, aí que a genialidade da Triologia começa a aparecer. Ao usar a adaga pela primeira vez, o Príncipe desperta uma entidade destinada a destruir todos aqueles que ousaram pertubar a linha do tempo. E adivinha quem vai ter que morrer?

Desesperado, o príncipe viaja até a ilha do tempo para evitar que as areias do tempo sejam criadas, e lá ele descobre que a imperatriz do tempo que criou as areias há muito tempo atrás, e o príncipe decide que deverá matar a imperatriz. Só que a imperatriz também não quer morrer, e para isso deverá matar o príncipe. Mas o que o príncipe não sabe é que nada pode mudar seu destino.

Ignorando esse aviso o príncipe mata a imperatriz, evento esse que cria as areias do tempo. E como evitar agora que as areias do tempo sejam criadas? Fácil, o príncipe deve matar ele mesmo para evitar matar a imperatriz. Mas assim como o príncipe a imperatriz não pode mudar seu destino, ela vai morrer. E assim como em premonição e efeito borboleta, cada ação do príncipe só cria uma nova oportunidade da morte agir. Mas ao contrário de efeito borboleta e premonição, a história é bem encaixada e nada forçada em Prince of Persia.

Se você achou a história desse jogo interessante, tente jogar A saga Soul Reaver/Blood Omen, que tratam da mesma temática, mas em um mundo em que os vampiros reinam. Genial.

Dois videozinhos

Profecia da Morte do Príncipe

Início da reviravolta em Soul Reaver


Frase do dia

"You cannot change your fate, you are going to die!"

Blind Prophet

15 comentários:

Anônimo disse...

Também me senti lesado, fudeu com tudo que já vivi de prince of persia e senti como se tivesse cagado na historia...

Como o infeliz que não soube me representar em 500 days of Summer...
Roubam a minha história e ainda contratam um pessimo ator pra fuder ainda mais com o que sobrou da minha vida. q


Mas sei lá, caro Gustavo, o filme não foi de todo ruim... Parecia que tinha alguém jogando e talz...

Comentador Fiel disse...

Pois é, é um bom filme de ação e bastante agradável para um fim de semana descompromissado, me diverti bastante assistindo, principalmente porque fui com uma morena linda.

Mas podia ter outro nome.

Daniel Seixas disse...

Ainda está pra nascer um bom filme de jogo ou vice-versa.

Se tivesse outro nome acho que não teria a mesma bilheteria. ;D

Sou fã de PoP desde criançinha! Ótimo jogo!

Poeta Idealista disse...

Sempre achei Prince of Persia um jogo interessante, apesar de nunca ter tentado... com certeza vou assistir o filme e vou gostar, mas sei bem do que você está falando... uma adaptação mesmo boa pode acabar com a sacada de um original excelente...

e vou ter que discordar com o Matheus, 500 days of Summer é muito bom e o ator é hipermega fofo.

Daniel Seixas disse...

Mas me faltou jogar Two Thrones. =/

Vevs disse...

Mas qe resenha mmmmaravailhosa! Que orgulhinho de você, primo. Excelente mesmo!

Achei maldade você usar Dom Casmurro com exemplo DD: Doeu só de imaginar ;-;
Se eu tivesse a mínima paciência pra jogar joguinhos (oi?) esse seria um dos próximos na minha lista. Não sabia do que a história se tratava, mas achei genial; até porque mexe com uma das coisas que eu mais gosto na Física (qqq) que é essa coisa de linhas de tempo e seus paradoxos *-*

Infelizmente, histórias derivadas de livros e jogos com um pouco mais de ação acabam virando blockbusters de aventura que ignoram todo o significado que uma pessoa super inteligente deu pra história...

Só pra completar, minha amiga disse que aquilo foi uma nova versão de Aladdin (só que ruim)GFHUISHGIUOGUIFGUIFG

Patrícia Colmenero disse...

hahahahha
adorei a comparação com Dom Casmurro
hehehe
as realmente acho que ela não traíu...ele era neurótico que enm o otelo.
eu vi o príncipe da pérsia. achei legal pq não conheço o jogo, mas entendo a sua decepção. aconteceu o mesmo comigo em As Horas e os livros da virginia wolf

Anônimo disse...

Nay, eu só me senti lesado. q
Eu sofri um pouco mais e foi a mesma história, alguém tinha que sofrer um pouco mais! É obrigação!

Anônimo disse...

Pow, Gustavo. hum* Eu fui ver sozinho. .-.

Mas depois voltei com uma morena. Mas não me adiantou de nada... LOL

Só funcionou com o filme da Julieta lá das quantas... E mesmo assim eu prestei atenção no filme, ação, sacumé...

Patrícia Colmenero disse...

comentador! está de volta da cidade grande?
pq o the big bang theory é mal visto entre os nerds?
eles se acham reduzidos ao estereótipo?
o que vc acha do nerd estilo seth cohen?

Roses disse...

hum... pra quem não conhecia a história o filme eh legalzinho, vale uma tarde de terça no cinema!
aheuaheuhauea

li seu post ontem e ia ver o filme hj, jah tava até triste, mas ateh q gostei!

bjuuuuuuu!

Henrique disse...

"quando assiti Prince of Persia, ou Príncipe da Persia, em uma tradução que não levou em consideração o verdadeiro sentido do título"

Qual o sentido do título então?
Cantor gay que mora na Pérsia???

Sou noob na história do jogo, por isso a pergunta.

Comentador Fiel disse...

[Spoiler] Ele não é príncipe da pérsia, ele vira no original.[/spoiler]

Henrique disse...

Hm, agora faz sentido! =D

Carolina Machado disse...

Antes mesmo de ler, já havia me indignado. Sou TOTALMENTE contra. Também fiz um post sobre isso, e lá estão meus argumentos: http://quetraduzsentimento.blogspot.com.br/2012/08/literatura-no-videogame.html