Bem, estou mega deprimido com a maré de azar, então um post depressivo e um prato cheio para a Roses.
#5-7 anos na Cadeia Municipal de Brasília

Vou ser sincero, enquanto os quatro restantes tinham motivos de sobra para ter lugar cativo nessa lista, o quinto lugar foi uma disputada bastante [contradição]animada[/contradição] entre "7 anos no CMB", "Porque eu odeio chocolate" e "porque eu odeio chuva". Mas como os dois últimos estão relacionados com o número três, resolvi tratar das torturas passadas na cadeia.
Vou começar dizendo que conheci muita gente bacana nesses anos, mas acredito que nenhum torturado ache a casa de torturas boa só porque conheceu gente bacana lá. Aliás, o máximo que essas pessoas podem fazer é tornar o lugar menos insuportável.
Diversas coisas me marcaram nessa passagem. O fato de o tratamento dispensado aos nerds se assemelhar bastante ao de filmes americanos, exceto no caso de se tratar de um nerd campeão de judô do Centro-oeste (estou olhando pra você Daniel). O segundo motivo seria o grande problema de sempre se perder pessoas queridas pelas malditas transferências; você cria uma amizade forte e do nada a pessoa tem que se mudar para o outro lado do país. Terceiro o fato de que a opinião é algo inadimissível nessa instituição e quarto por ser a personificação de tudo o que eu odiava, incluindo ai playboys que pisam nos outros, mulheres que dão fora nos caras que gostam dela (com anexo de que tomei 50% dos meus foras lá, os outros 50% foi no Prevest) e outras coisas que não gosto nem de lembrar.
4- Papai Noel não existe.

Não é bem o fato do Papai Noel não existir, mas sim o que isso representou no meu entendimento da minha estrutura familiar e também na visão de meritocracia.
Sempre achei que o Papai Noel vinha para recompensar os que se comportaram bem durante o ano e isso incluia se isolar e não ter amigos para conseguir boas notas, afinal, por algum motivo, era esse o único mérito que o Santa reconhecia, ignorando de maneira estranha a capacidade de fazer amizades e pegar gatas...
Enfim, descobrir que o Claus era uma maneira perversa de me tornar ainda mais isolado do mundo para conseguir boas notas foi um choque, porque desnudou que na verdade era mais um dos mecanismos para tentar compensar com presentes todo o sofrimento que se acumulou ao longo desses anos e até mesmo, apesar de querer acreditar com todas as minha forças que não, a falta de amor pater/maternal.
3- Nunca fui beijado no Verdade ou Conseqüência.

Dizem que toda brincadeira tem um fundo de verdade, bem, esse é o fundo de verdade de eu sempre dizer que sou BV. E todos sabemos o que essa brincadeira que envolve canetas girando, verdades inconvenientes e consequências convenientes tem por objetivo.
Além de ser um atalho óbvio para se conseguir informações para a prática de milhares de blackmails, de indiretas constrangedoras (Gustavo, conte sobre sua primeira vez de novo) e de revelações indesejáveis nos almoços de família, esse simpático(lítico) game também é a forma mais fácil, rápida, em 60X sem juros no super carnê Casas Bahia e sem preocupações de se pegar aquele(a) gatinho(a) de quem você está super na dele.
E eu, como bom pré-adolescente, sempre participei da brincadeira com esse intuito. O problema é que essa merda nunca funcionava pra mim. Sempre arranjavam um jeito de me desqualificar, mas cacete, esse jogo não tem nenhuma maldita regra. E eu, como em todas as coisas da minha vida, tinha conseguir sempre do jeito mais difícil. Porque eu nunca consigo do jeito fácil?
E porque eu odeio chocolates e chuva? Estava chovendo no dia do primeiro fora que tomei, e o segundo ocorreu depois de entregar uma caixa de chocolates (na verdade eu já não gostava antes, mas esse episódio passou a me dar verdadeiro nojo dessa delícia negresca). E antes que alguém faça eu faço: "só dois foras, você também só chegou nelas né? hihihi" tu-dum-tshhhhhh
2-Meu amor também mente.

Bem, apesar da Vanessa não acreditar, eu nunca trai uma cocotas, por mais que isso seja difícil na visão de que homem é tudo igual/cafajeste/só quer me comer/dançarino de lambada. Mas já fui traído. Porém, antes que meus amigos se animem em tentar me chamar de chifrudo, a traição não foi nesse sentido, até porque mulher tem momentos de genialidade e você só descobre esse tipo de coisa se ela quiser (ou for muito burra).
O caso é que minha última namorada, em 2006, queria que eu fizesse medicina, e eu também me interessava em fazer porque é sempre bom ter um médico na família. Entretanto, o pai dela pensava em uma transferência para o começo de 2008. Porém, ela me prometeu ficar comigo caso eu conseguisse passar em medicina em uma faculdade pública e o bobão aqui acreditou. O negócio se complica quando a família dela descobre as intenções da cocota e muda da água pro vinho (leia-se deixa de mexer os pauzinhos) a situação da transferência, adiantando ela em quase um ano.
O bobão aqui, desesperado claro, estuda igual um condenado, e, mesmo sem poder cursar depois, presta vestibular pra ESCS. Fato é que fruto de muito estudo e de uma verdadeira iluminação divina, o jovem nerd consegue aprovação em Medicina em uma faculdade pública no final do segundo ano e antes da viagem da cocots. Um mês depois ela se mudou pro Rio e eu nunca mais a vi.
Moral da História? Nunca prometa o que não pode cumprir.
1- Minha Mãe também mente.

Everybody lies. A white lie, a black lie, a big lie, don´t really matter. O que importa é que no final todo mundo mente. Não sei quanto a vocês, mas eu prefiro a verdade, não importa qual seja, à dúvida ou à mentira.
Quando eu era pequeno já desconfiava que todo mundo era mentiroso, justamente pela influência da minha mãe. Aliás, até hoje eu tenho essa desconfiança do mundo. Faz mal claro, afinal a alcunha de pessimista da cara fechada não faz bem a ninguém, mas sempre me protegeu de decisões precipitadas.
Entretanto a mentira que mais fez mal a minha vida veio justamente da santa inquisidora da mentira, a minha mãe. Um dia quando tinha, acredito eu, sete anos eu perguntei para ela: "Mãe, o que atrai as mulheres?". Era Respondeu com uma única palavra: Inteligência.
Mal sabia eu que era mais uma influência do intricado quebra-cabeças para me transformar no Frankenstein papa provas de seleção. Se soubesse não teria seguido esse conselho e estudado igual um doido nos melhores anos da minha vida. Teria ido a academia, virado playboy e pegado gatas. Conheço vários jovens que fizeram isso, tomaram pau uma ou duas vezes no Vestibular e no final passaram do mesmo jeito. E sem jogar a adolescência no lixo.
Frase do Dia:"Everybody Lies"House M.D.